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O amor, poeta, é como cana azeda, A toda boca que não prova engana. (Augusto dos Anjos)

Textos

“Penso, logo existo” (René Descartes)

Poema cartesiano

E se hoje eu existo é, simplesmente,
por que me foi legada a opção.
Existo por que tenho um coração,
que vive a procurar o que há na mente.

Existo nas clareiras da razão,
bem como nos grotões da ignorância.
Existo no percurso e na distância
entre a realidade e a ficção.

E se hoje eu existo é, simplesmente,
por que alguém plantou uma semente
na cérvice de um ventre maternal:

um espermatozoide inconsequente,
que me deu, como último presente,
o cinza de uma massa cerebral.
Herculano Alencar
Enviado por Herculano Alencar em 27/02/2013
Alterado em 20/01/2021
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