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O amor, poeta, é como cana azeda, A toda boca que não prova engana. (Augusto dos Anjos)

Textos

Outono encantado

Não vês que as nuvens bailam no horizonte
a derramar mil versos, qual as chuvas,
e que mil flores brancas ficam rubras
pra colorir os sonhos desse instante?

Oh! Meu poeta, bem que eu quisera
trocar mil versos feitos, por delírios;
roubar, da perfumosa flor do lírio,
o cheiro que anuncia a primavera.

Quisera ter o dom da poesia:
fazer nascer o sol dia após dia
e anunciar abril que bate à porta.

E assim, quando surgirem as desfolhas,
o outono há de colher todas as folhas
pra não deixar nenhuma folha morta.
Herculano Alencar
Enviado por Herculano Alencar em 28/06/2015
Alterado em 28/06/2015
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