No prelo há mais de 50 anos...

O amor, poeta, é como cana azeda, A toda boca que não prova engana. (Augusto dos Anjos)

Textos

Carris da infância

Lá vai o trem tocando os carrilhões,
a fumaçar saudades da infância
e a encurtar, um pouco, a distância
que o tempo rodopia nos vagões.

Pois é que o trem tem lá suas razões
pra carregar a vida pelos trilhos
e entoar dolentes estribilhos,
pelos sóis e luares dos sertões.

Lá vai o trem fugindo de estações,
a embalar chorosa poesia
(pelos troncos senis da ferrovia),
como fosse um soneto de Camões.

E assim... a carrilar recordações...
apita enquanto faz a travessia.
Herculano Alencar
Enviado por Herculano Alencar em 02/07/2015
Copyright © 2015. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.


Comentários

Site do Escritor criado por Recanto das Letras