No prelo há mais de 50 anos...

O amor, poeta, é como cana azeda, A toda boca que não prova engana. (Augusto dos Anjos)

Textos

A melhor classificação deste poema seria sátira, mas como não há esta opção no Recanto coloco humor: poesia mau humorada

Bastardo da poesia

Poetas amadores, como eu,
vivem das rimas pobres usuais,
a repetir, até não querer mais,
os versos que alguém já escreveu

Poetas, como eu e outros mais,
antípodas da arte do lirismo,
vivem de pena à beira do abismo
por conta dos entraves culturais.

Poetas, como eu, são tão banais
quanto a cachaça vil dos botequins
e os bagos dos fiéis amendoins,
que habitam as cavernas enterais.

Poetas amadores, como eu,
vivem a dar nocautes nos escritos
dos grandes literatos eruditos,
que creem piamente serem deus.

Pra não dizer que não falei adeus
deixo o meu apelido subscrito:

                                              Cula poeta de araque
Herculano Alencar
Enviado por Herculano Alencar em 12/10/2015
Alterado em 12/10/2015
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