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O amor, poeta, é como cana azeda, A toda boca que não prova engana. (Augusto dos Anjos)

Textos

E agora, Maria?

Quantos Josés nascerão
de cada uma Maria?
Quantos que, à revelia,
algum dia morrerão?

Qual José não levaria
Maria no coração?
Quantas Marias, então,
um só José amaria?

Chora José todo dia
o choro da solidão.
Chora Maria o senão
que qualquer um choraria.

Choram ambos, dia a dia,
por ser Maria ou José.
Choram por não terem fé
nos Josés e nas Marias.

E ainda assim suas crias
nascem Maria ou José.
Herculano Alencar
Enviado por Herculano Alencar em 12/10/2015
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