No prelo há mais de 50 anos...

O amor, poeta, é como cana azeda, A toda boca que não prova engana. (Augusto dos Anjos)

Textos

Diálogo solitário

Você aí tá lendo este poema, não?
Saiba que eu o fiz pra que soubesse
o quanto um poeta agradece
àquele que o lê a inspiração.

Este poema é só constatação
de que o poeta é mesmo um parasita,
que vive por que sempre acredita
que tenha o seu lugar na multidão.

Você aí, que lê com atenção,
caso encontre algum verso sem sentido,
empreste-o a flecha do cupido
e deixe-o seguir sem direção...

Leia, com sua própria entonação
e declame, qual fosse um verso seu.
Não interessa a mão que escreveu
se não se ouvir a voz do coração.

Mesmo que eu seja um na multidão,
ponha o seu coração perto do meu.
Herculano Alencar
Enviado por Herculano Alencar em 08/11/2015
Alterado em 08/11/2015
Copyright © 2015. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.


Comentários

Site do Escritor criado por Recanto das Letras