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O amor, poeta, é como cana azeda, A toda boca que não prova engana. (Augusto dos Anjos)

Textos

A matemática do vigário

A cada mil latidos, dava ao cão
um ossobuco a mais no outro dia.
E o cão, a cada osso que comia,
latia em expoente progressão.

Pra cada mil fiéis, em procissão,
havia um cão faminto no cortejo,
a seguir o antigo realejo
que repete e repete uma canção.

Por conta dos fiéis, em oração,
reduziu à metade a porção
do que dera ao seu cão no outro dia.

O vigário chegou a conclusão,
que levar um cãozinho à procissão
é a pedra angular da economia.
Herculano Alencar
Enviado por Herculano Alencar em 14/01/2016
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