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O amor, poeta, é como cana azeda, A toda boca que não prova engana. (Augusto dos Anjos)

Textos

Antes Dante do que eu

Ao inferno de Dante não fui mais,
desde a última vez que faleci.
Eu era ainda jovem colibri
a procurar por lábios vaginais.

Como todos infernos são iguais
e a comédia de Dante foi em vão,
se falecer de novo, nobre irmão,
vou alterar meus ritos funerais:

uma banda de roque progressivo...
um novo Raul Seixas morto-vivo...
um velório sem choro e sem desdita...

um pastor sem coleira e sem igreja...
um mundo de batata e de cerveja...
e a divina comédia reescrita.
Herculano Alencar
Enviado por Herculano Alencar em 23/06/2016
Alterado em 24/05/2017
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