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O amor, poeta, é como cana azeda, A toda boca que não prova engana. (Augusto dos Anjos)

Textos

O Sabiá do Piauí

Que tenha pena d'eu o Sabiá,
por ter tocado mal o violão,
no tempo em que o bar era a canção,
e o guaiamum fazia o lá, lá, lá...

Que tenha pena d'eu o violão,
por tê-lo arranhado à noite inteira,
no tempo em que espremia a sexta-feira,
com Ron Montilla, coca e limão.

Que tenham pena d'eu os meus parceiros
de farra: os amigos costumeiros
que varavam as noites de então.

Que tenha pena d'eu o Sabiá
e o Si, que dissonou antes do Fá,
só pra desajustar meu coração.

Herculano Alencar
Enviado por Herculano Alencar em 02/11/2016
Alterado em 28/04/2022
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