No prelo há mais de 50 anos...

O amor, poeta, é como cana azeda, A toda boca que não prova engana. (Augusto dos Anjos)

Textos

Por quem as panelas plangem?

Estou surdo? Não ouço mais panelas!
Não ouço a multidão gritar, em coro,
palavras de incentivo à Sergio Moro
na voz das bocas verde-amarelas!

Estou cego? Não vejo mais o choro
e a sanha estampada na feição,
do mais indignado cidadão,
por conta do pudor ou do decoro.

Estou triste! Não sei qual a razão!
Mas sei que é preciso dizer não
à máscara vulgar da hipocrisia.

Como não fui às ruas, só me resta
entender finalmente a que se presta
a panela, que ainda está vazia:

ao discurso febril da burguesia,
ou ao lixo usual de fim de festa!
Herculano Alencar
Enviado por Herculano Alencar em 13/11/2016
Alterado em 27/10/2018
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