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Doenças Sexualmente Transmissíveis-DST: Caia fora! (Texto de caráter institucional para o Centro de Referência de DST-Aids)
Herculano D. R. de Alencar


Sexo é bom, é saudável, é prazeroso! Seguramente a maior parte das pessoas pensa assim. E, é claro, têm toda razão.
A sexualidade é uma característica natural das pessoas. Nasce com elas e se manifesta durante toda a vida.
A atração sexual  é uma força invisível, que algumas vezes pode fugir ao nosso controle e nos colocar em armadilhas muito perigosas. Temos que estar ligados!
Entre as armadilhas do sexo, que são muitas, a gravidez não planejada e as Doenças Sexualmente Transmissíveis são, além de  problemas graves, relativamente comuns.
È muito provável que já tenhamos tido notícia de alguma pessoa próxima; seja uma amiga, uma parente, ou pelo menos uma conhecida, que tenha engravidado sem querer.  
Quem já viveu, sabe o drama que é: Ter ou não ter o bebê... enfim, o que fazer. É realmente um momento muito complicado.
As Doenças Sexualmente Transmissíveis-DST  são, também, um desmancha prazer.
São um sério problema para quem pega, para quem transmite e para o relacionamento das pessoas envolvidas.
Na verdade estas doenças são hoje um problema para todo mundo, pois, à medida que elas se tornam mais freqüentes ( o que de fato está acontecendo), aumenta a chance de uma pessoa se relacionar com outra infectada. E não adianta pensar que o bonitinho, a bonitinha, “o direitinho”, “a direitinha”, seja uma garantia, pois ninguém conhece com toda a certeza a vida sexual, senão a sua própria. O preservativo de látex (camisinha) continua sendo a melhor forma de proteção.
Vamos aprender um pouco mais sobres estas doenças, pois o conhecimento é uma das boas armas pra mantê-las longe:

—O que são DST?
São doenças produzidas por vários micróbios (bactérias, vírus, fungos, protozoários e parasitos), que se aproveitam do contato sexual para passarem de um indivíduo infectado (um portador do micróbio, mesmo que não apresente nenhum sinal da doença) para outro.

—Como se pega uma DST?
Fica claro, como o próprio nome diz, que a transmissão se faz através do contato sexual ( seja um contato sexual genital, anal ou oral). É necessário, entretanto, que pelo menos um dos envolvidos carregue um ou mais destes micróbios.

—Quem pode pegar uma DST?
Qualquer indivíduo que se relacionar sexualmente com um portador de DST, mesmo que este não manifeste nenhum sinal ou sintoma da doença, pode pegar uma DST. Independentemente de gênero (homem ou mulher), idade, raça, nível cultural ou condição socioeconômica.

—Quem está mais sujeito a pegar uma DST?
• Um indivíduo desinformado, é claro, por não conhecer as “artimanhas” destas doenças, tampouco as formas de lidar com elas, e, principalmente como evitá-las, é uma vítima fácil.

• Um indivíduo que transa num encontro ocasional: Mal acabou de conhecer o parceiro (a), não conhece bulhufas da sua vida sexual, e, ainda por cima, sem usar preservativo (camisinha)  tem uma grande  chance de pegar DST.

• Um indivíduo que troca freqüentemente de parceiros sexuais tem mais chance de encontrar um portador de DST entre estes parceiros, portanto, também tem alto risco de pegar uma DST.

• Um indivíduo que mistura drogas (incluindo bebida alcoólica) com sexo, dificilmente pensa, na hora “H”, em usar preservativo (camisinha). Portanto, corre sério risco. Além disso, alguns micróbios, como o HIV (vírus da AIDS), o vírus da hepatite B e C ( que são também DST), podem ser transmitidos por agulhas e seringas contaminadas e compartilhadas, no caso do uso de drogas injetáveis (pico).

• Alguns estudos demonstram que a prática de sexo anal é mais arriscada, devido, principalmente a maior possibilidade de traumas. Portanto é necessário um cuidado redobrado.


—O que fazer para não pegar uma DST?
Partindo do princípio de que as pessoas querem fazer sexo, que o sexo é uma atividade saudável e prazerosa, não fazer sexo está fora de cogitação. A alternativa é fazer sexo de modo que se possa reduzir ao máximo o risco de pegar uma DST e ou de uma gravidez não planejada. É o que se conhece hoje em dia como “Sexo seguro”.
Para fazer sexo seguro é necessário entre outras coisas:

• Procurar manter-se sempre bem informado e com garantia de acesso ao preservativo e material educativo ou oportunidade de discussão sobre o assunto.
• Dialogar com o parceiro sobre as vantagens e desvantagens do uso da camisinha (inclusive, se for o caso, a opção da camisinha feminina) e negociar seu uso.
• Usar preservativo em qualquer tipo de contato sexual com pessoas que você não conhece ou não tem condições de avaliar o risco, o que ocorre, freqüentemente, em encontros ocasionais.
• Procurar, na medida do possível, um relacionamento mais estável, que dê mais  oportunidades de conhecer melhor o parceiro(a).
• Dizer “Não” às drogas e não usá-las.

É importante dizer que não é tão fácil assim adotar um comportamento sexual tão disciplinado. O desejo sexual e a oportunidade de realizá-lo, às vezes falam mais alto do que a determinação de prevenir-se.
Pode acontecer, infelizmente, que um único descuido resulte numa DST.

Se isso acontecer, o que fazer?

Bem, há um problema. Nem sempre as DST mostram a cara. Ou seja, podem não apresentar nenhum sinal ou sintoma.
Neste caso, se o indivíduo perceber que correu risco de pegar uma DST deve procurar um serviço de saúde.
Existem exames (como a sorologia para sífilis, citologia oncótica ou Papanicolau, sorologia para HIV, Hepatite B e C, entre outros), que podem descobrir uma DST antes de que ela mostre algum sinal ou sintoma. O diagnóstico e o tratamento precoce, além de evitar a transmissão para um outro parceiro(a), evita várias complicações que podem ocorrer como conseqüência das DST, tais como: Infertilidade, cegueira, necessidade de intervenções cirúrgicas, abortamento e malformações congênitas (no caso de Sífilis em gestantes), câncer de colo de útero, hepatite, cirrose e câncer de fígado. Além disso, aumentam a chance, pelo menos em dez vezes, de infecção pelo vírus da AIDS (HIV)

—Quais os principais sinais e sintomas das DST

As DST, por serem produzidas por vários micróbios diferentes, apresentam vários sinais e sintomas diferentes. Os mais comuns são:
Feridas nos orgão genitais e ou no ânus - Sífilis (cancro duro), Cancróide (cancro mole), Linfogranuloma venéreo(mula), Donovanose(granuloma inguinal), Herpes genital.  Estas feridas podem  aparecer na boca.
Corrimentos vaginal (que podem vir acompanhados de coceira e mau cheiro) - Tricomoníase, Candidíase, Vaginose bacteriana.
Corrimento cervical ( pode vir acompanhado de dor no baixo ventre) – Gonorréia e Infecção por Clamídia.
Corrimento uretral (canal da urina) – Gonorréia ( com ardência ao urinar), Uretrite não gonocócica.
Verrugas anogenitais – Papilomavírus Humano-HPV, que também é responsável pela grande maioria das displasias e câncer cervicais.

—O que fazer no caso de apresentar estes sintomas?
Em primeiro lugar, não tente tratar-se por conta própria e não procure diretamente a farmácia. Procure um serviço de saúde.
O tratamento incorreto é responsável pela maioria das complicações e pelo aparecimento de micróbios resistentes aos remédios, especialmente aos antibióticos.
Uma vez atendido no serviço de saúde, siga rigorosamente as orientações dos profissionais. Existem DST, como a Sífilis, por exemplo, que é necessário um acompanhamento, às vezes de vários meses, antes que seja dada alta definitiva.
Avise o seu parceiro(a) e ou outras pessoas com que você tenha tido relação  sexual recentemente, para que procure também um serviço de saúde.
Se você teve uma DST, tire algum proveito: Cuide-se para que nunca mais tenha outra!






Herculano Alencar
Enviado por Herculano Alencar em 10/02/2006
Alterado em 05/04/2024


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