No prelo há mais de 50 anos...

O amor, poeta, é como cana azeda, A toda boca que não prova engana. (Augusto dos Anjos)

Textos

Neologismo

 

Beijo pouco, falo menos ainda.

Mas invento palavras

Que traduzem a ternura mais funda

E mais cotidiana.

Inventei, por exemplo, o verbo teadorar.

Intransitivo:

Teadoro, Teodora.

Manuel Bandeira

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Latim vulgar

 

São muito poucas rimas de "palavra".

Achei apenas três. É muito pouco!

Virei a língua mãe, tal como louco,

E só achei a minha própria lavra.

 

Não sou homem de letras e, tampouco

Nasci com vocação pra literato.

Pudesse, eu ficaria pelo mato,

A me fazer de cego, mudo e mouco.

 

Mas resolvi fazer neologismo!

De tanto que olhei para o abismo,

O abismo olhou dentro de mim.

 

Enfim, ao ver que Nietzsche anda calado,

Introduzi no meu palavreado:

Scribo in português, lego in latim.

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TIMA FLOR DO LÁCIO... (grato pelo privilégio Solano)
Solano Brum

 

Logo em latim? Porque não da Pátria amada,
Já que vivemos nesse Bra – sil – sil...zão?
Eu estudei pouco na Gramática afamada
Mas não transformo um vocábulo num palavrão!

 

E vem um louco pra vender o que encalhou,
Com uma frase que ilude a muita gente:
“Black Friday” que a “mídia” importou
E todos falam e não sabem corretamente!

 

Já reduziram o Vossa Mercê para “você”,
E atualmente trocam o “nós” por um “tu” 
Assassinando o vernáculo, não sei porquê!

 

Ah! Voltássemos a Vinte e Um de Abril...
No dia em que tomaram a terra do índio nu,
Pra hoje, quem sabe, falar correto nesse Brasil!

Herculano Alencar
Enviado por Herculano Alencar em 05/11/2022
Alterado em 05/11/2022
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