No prelo há mais de 50 anos...

O amor, poeta, é como cana azeda, A toda boca que não prova engana. (Augusto dos Anjos)

Textos

Sensualização

Beijei-lhe o sexo, prenhe de desejo,
com essa mesma boca que outrora
beijou milhões de sexos vida afora,
mas nunca esqueceu-se desse beijo.

O cheiro do seu ventre inda odora
um hálito de amor em minha boca,
como se a paixão fosse tão pouca,
que mal me deu o tempo de ir embora.

Beijei-lhe os seios, prenhe de saudade,
até matar em mim toda a vontade
de dar-lhe o beijo mais despudorado:

aquele que revela o gemido,
que pode, mesmo aos longe, ser ouvido,
ainda que jamais tenha gritado.
Herculano Alencar
Enviado por Herculano Alencar em 28/06/2008
Alterado em 11/04/2018
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