No prelo há mais de 50 anos...

O amor, poeta, é como cana azeda, A toda boca que não prova engana. (Augusto dos Anjos)

Textos

Madre Santa

Prenhez ofídia que pariu flagelos
E que abortou os filhos rejeitados;
Cuspiu veneno em nome do pecado,
A pedra angular do seu castelo.

Línguas de fogo a impingir cutelo
Aos embriões outrora fecundados
Pelo eterno amor anunciado
No beijo entre o prego martelo.

Tu és a mãe da dor eternizada
Nos corações da prole desgarrada
Que feneceu na noite dos mil anos.

A Madre pétrea, ventre imaculado,
Que concebeu o sêmem ejaculado
Pelo algoz do sofrimento humano.

Herculano Alencar
Enviado por Herculano Alencar em 05/03/2006
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