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O amor, poeta, é como cana azeda, A toda boca que não prova engana. (Augusto dos Anjos)

Textos

Soneto obesígeno

Eu sou um paquiderme elegante,
com tromba, com memória e tudo mais.
Vivo a bramir meus gritos naturais
seguindo o meu instinto de elefante.

Cérebro curto, corpo de gigante...
misto de pele e massa muscular;
com olhos de quem sabe e quer olhar
e ver o óbvio triste e ululante.

De fato eu cresci um elefante!
Mas meu cardiologista me garante
de que meu coração é diferente

e que, provavelmente, eu infarte
ao comer um soneto a la carte,
em verso alexadrino, feito ao dente.
Herculano Alencar
Enviado por Herculano Alencar em 17/05/2006
Alterado em 24/10/2020
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