No prelo há mais de 50 anos...

O amor, poeta, é como cana azeda, A toda boca que não prova engana. (Augusto dos Anjos)

Textos

Soneto ao amor que se foi

Preciso te contar dessa saudade,
que hoje encarde nossos travesseiros.
Quantos dezembros pedem aos janeiros
que te tragam de volta, inda que tarde?

A rosa murcha da fidelidade,
sem piedade, grassa na lembrança;
Exala o cheiro da desconfiança
que se mistura ao da sinceridade.

Foi tanto amor, que até deu piedade
fosse perdido, junto à tempestade,
nos ventos outonais daquele dia.

Resta à paixão morrer na primavera,
pra terminar a dor da triste espera
do beijo que morreu e não sabia,

que a boca que beija, quem diria...
se faz jura de amor, não é sincera!
 
Herculano Alencar
Enviado por Herculano Alencar em 04/06/2006
Alterado em 08/12/2019
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