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O amor, poeta, é como cana azeda, A toda boca que não prova engana. (Augusto dos Anjos)

Textos

Juros de mora

O juro é alma gêmea da ganância
ungida pelas mãos do capital.
A chama singular, essencial,
que arde nos porões da abundância.

O juro entorpece a consciência
e põe o egoísmo de plantão
para zelar o todo e o quinhão,
que somam a usura à opulência.

Eu desconjuro o juro a toda hora,
pois vivo a pagar juros de mora
por tudo que comprei na juventude:

Pago, com a tristeza, a alegria,
e com a dor eu pago a primazia
de ter amado muito mais que pude.


Herculano Alencar
Enviado por Herculano Alencar em 22/07/2009
Alterado em 26/02/2012
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