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Entressafra
Dormi, sob os lençóis da poesia,
a hibernar meus sonhos de poeta, pra esconder aquela dor secreta, que todo ser há de sentir um dia. A dor que nunca disse que doía, pois tinha medo de não ser sentida. Aquela dor que vive de partida a cada novo adeus que anuncia. Dormi, sobre o colchão da poesia, a espreguiçar o verso que nascia da dor secreta que nunca senti. Hoje, acordado, ainda sonolento, na entressafra doutro pensamento, confesso: Não me lembro que dormi.
Herculano Alencar
Enviado por Herculano Alencar em 05/07/2006
Alterado em 05/07/2006 Copyright © 2006. Todos os direitos reservados. Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor. Comentários
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