No prelo há mais de 50 anos...

O amor, poeta, é como cana azeda, A toda boca que não prova engana. (Augusto dos Anjos)

Textos

Entressafra
Dormi, sob os lençóis da poesia,
a hibernar meus sonhos de poeta,
pra esconder aquela dor secreta,
que todo ser há de sentir um dia.

A dor que nunca disse que doía,
pois tinha medo de não ser sentida.
Aquela dor que vive de partida
a cada novo adeus que anuncia.

Dormi, sobre o colchão da poesia,
a espreguiçar o verso que nascia
da dor secreta que nunca senti.

Hoje, acordado, ainda sonolento,
na entressafra doutro pensamento,
confesso: Não me lembro que dormi.


Herculano Alencar
Enviado por Herculano Alencar em 05/07/2006
Alterado em 05/07/2006
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