No prelo há mais de 50 anos...

O amor, poeta, é como cana azeda, A toda boca que não prova engana. (Augusto dos Anjos)

Textos

Delírio poético

No último suspiro do ocaso
o sol afaga o cimo da montanha
que, de tão tola, inda hoje sonha
ser a mais bela musa do parnaso.

A lua, de ciúme, aperta o passo
para chegar mais cedo ao poente.
O céu se esmorece, de repente,
como quem se prepara pro abraço.

A flor verga o talo, insolente!
O coração do mundo faz que sente
a brisa que refresca a poesia.

Apenas o poeta, esse demente,
consegue crer que vê, à sua frente,
a cópula da noite com o dia.
Herculano Alencar
Enviado por Herculano Alencar em 15/01/2010
Alterado em 19/07/2019
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