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O amor, poeta, é como cana azeda, A toda boca que não prova engana. (Augusto dos Anjos)

Textos

Fabela do lobo e a cegonha

Salvo de uma grave asfixia
o pobre lobo inda convalesce.
Alguém no céu ouviu a sua prece
no estertor da triste agonia.

Engasgou-se enquanto deglutia
um elo da cadeia alimentar:
A caça que serviu-lhe de jantar
e que, teimosamente, não descia.

Foi salvo por um bico de cegonha,
que com receio, mas sem-cerimonha,
pinçou-lhe o osso preso na goela.

Tornaram-se, assim, grandes amigos,
mas a cegonha sabe dos perigos
de ter um lobo a uivar por ela.
Herculano Alencar
Enviado por Herculano Alencar em 22/08/2006
Alterado em 22/02/2019
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