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O amor, poeta, é como cana azeda, A toda boca que não prova engana. (Augusto dos Anjos)

Textos

Musa


Herculano Alencar

Voava, sobre a mata, um vaga-lume
em busca de uma flor inda botão.
Sabia ter a flor raro perfume,
mas precisava tê-la na visão.

Enquanto ele voava, a piscar...
viu sapo, gafanhoto, viu lagarto...
mas não notou a flor, a perfumar,
tão tímida e formosa sob o mato.

Quando voltou e fez o seu relato,
disse: —"Essa floresta não tem flores",
pois que olhara tudo e, que de fato,
vira alguns insetos furta-cores.

Só vê a flor-do-mato, meus senhores,
aquele que enxerga com olfato.
Herculano Alencar
Enviado por Herculano Alencar em 19/09/2010
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