No prelo há mais de 50 anos...

O amor, poeta, é como cana azeda, A toda boca que não prova engana. (Augusto dos Anjos)

Textos

Poção coveniente - Menção ao poema de um amor iatrogênico de Lí Maial -

Apenas uma dose de veneno
e serás morta, assim como eu.
De certo não te lembras que doeu
o beijo que escondeu o teu aceno.

Mas este mundo grande é tão pequeno,
que as nossas dores se encontrarão.
E no sepulcro do teu coração
o nosso amor, enfim, restará pleno.

E, assim, não saberei se quem morreu
foi o amor ou foi a solidão;
se foi verdade ou foi ilusão
o beijo que calou-me o teu adeus.

Mas do teu seio levo em minha mão
o leite morno que dele escorreu.
Herculano Alencar
Enviado por Herculano Alencar em 05/10/2006
Copyright © 2006. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.


Comentários

Site do Escritor criado por Recanto das Letras