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O amor, poeta, é como cana azeda, A toda boca que não prova engana. (Augusto dos Anjos)

Textos

Poema aurorescente

É noite de uma bela e doce tarde!
O sol apõe, ao céu, sua rubrica!
A lua, feito luva de pelica,
calça a estrela Dalva sem alarde!

Há um matiz vermelho, que encarde
a luz, desde o chão ao firmamento,
como a lembrança vaga do momento
em que o sol se pôs na sobretarde.

É madrugada... o dia se enfeita
com gotas do luar, que ora se deita
no colo da manhã agradecida...

O sol, de barbas fulvas, se espreguiça
e faz, da terra, a musa submissa
aos dons que a natureza empresta à vida.

Enquanto a aurora afunda colorida...
e o céu se torna areia movediça.
Herculano Alencar
Enviado por Herculano Alencar em 28/03/2011
Alterado em 09/02/2019
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