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O amor, poeta, é como cana azeda, A toda boca que não prova engana. (Augusto dos Anjos)

Textos

A matemática da chuva

Milhões de pingos caem por segundo
formando uma coluna sobre o chão.
E mais um pingo, e outro, e um milhão
de pingos ora caem pelo mundo.

A chuva ritimada, em turbilhão,
inunda os olhos tristes do estio.
A natureza, então, em pleno cio,
semeia a poesia de verão.

E no balé da chuva, o coração
explode de alegria, qual trovão,
a ribombar, no peito, doce mágoa.

Até que vem o sol, colar de brasa,
e a poesia agora sai de casa
disposta a recontar os pingos d'água.
 
Herculano Alencar
Enviado por Herculano Alencar em 28/03/2011
Alterado em 16/06/2019
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