No prelo há mais de 50 anos...

O amor, poeta, é como cana azeda, A toda boca que não prova engana. (Augusto dos Anjos)

Textos

A matemática da solidão

Qual um número primo, a solidão
é tão indivisível, quanto o nada.
E é, na matemática aplicada,
o zero à esquerda da razão.

Ser só é ter a sombra imantada
no polo negativo do sistema,
tal qual o verso mudo de um poema
da última estrofe recitada.

Mas, apesar da conta negativa,
há muito que se sabe, de oitiva,
que bem melhor do que somar sozinho

é dividir o nada com alguém.
A solidão, enfim, vai muito além
dos zeros à esquerda do caminho.
Herculano Alencar
Enviado por Herculano Alencar em 31/03/2011
Alterado em 18/08/2018
Copyright © 2011. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.


Comentários

Site do Escritor criado por Recanto das Letras