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O amor, poeta, é como cana azeda, A toda boca que não prova engana. (Augusto dos Anjos)

Textos

Retrato de um poeta embrionário.
Herculano Alencar

Poeta, por acaso e insistência,
não tenho dons congênitos, nem verve,
mas sei o que me serve, o que não serve,
e como usar a parca inteligência.

Escrevo com vagar e com prudência,
pois não me pulsa a veia do talento.
E, se preciso for, insisto, tento...
até o limiar da paciência.

Tropeço na fonética e, ainda,
na métrica, na vírgula, na rima,
e todos os senões da ortografia.

Mas sigo, de tropeço em tropeço,
disposto a pagar o alto preço
que o poeta deve à poesia.
Herculano Alencar
Enviado por Herculano Alencar em 04/04/2011
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