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O amor, poeta, é como cana azeda, A toda boca que não prova engana. (Augusto dos Anjos)

Textos

A matemática das flores

Flores vermelhas, lirios multicores...
mil dúzias de buquês de fantasia,
somam-se à flor que o talo delicia:
aquela que resume todas flores.

Se cada uma flor tem três amores:
a gota do orvalho, o beija-flor...
então é razoável se supor
que há, pra cada flor, dois beija-flores;

E que há tanto orvalho, tanto e tanto...
que nem uma só flor, em qualquer canto,
há de morrer de sede, sem um beijo.

E mesmo uma florzinha desprezada
jamais há de murchar sem ser beijada,
pois para, cada flor, há um desejo.
Herculano Alencar
Enviado por Herculano Alencar em 04/04/2011
Alterado em 24/10/2020
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