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O amor, poeta, é como cana azeda, A toda boca que não prova engana. (Augusto dos Anjos)

Textos

A matemática enigmática

Da reta definiu-se um novo ponto,
que se fez uma reta novamente.
Desfeita a reta, o ponto incongruente,
retorna até o ponto de encontro.

E a reta se fez curva! Entretanto,
salvou um ponto fora da figura:
o ponto que queria, a essa altura,
se assemelhar a outros quanto e tanto.

Não fosse o poeta um contra-ponto
e o ponto morreria sobre a reta,
como morreu e morre o poeta,
buscando poesia em todo canto.

E a poesia fez do ponto o pranto,
que desabou na face em linha reta.
Assim, a matemática completa
o amor que a reta guarda pelo ponto.

Se a reta não deixou o ponto tonto,
provavelmente fez a curva certa!
Herculano Alencar
Enviado por Herculano Alencar em 09/04/2011
Alterado em 29/10/2018
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