![]() Depois do expediente.
Sentado no boteco da esquina, ao som de um cantor desafinado, projeto o cansaço do meu fado na luz dos olhos negros da menina Minha paixão, silente bailarina, ensaia o balé de fim de tarde com passos displicentes, sem alarde, qual solidão de fundo de piscina. O chope, a desmanchar o colarinho, implora à minha boca o carinho das noites calorosas de verão. E eu, um vil poeta vagabundo, hesito, frente ao copo, um segundo enquanto sigo atrás de inspiração. E a poesia enfim carrega o mundo, de um lado pra outro, do balcão. Herculano Alencar
Enviado por Herculano Alencar em 10/04/2011
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