![]() Soneto da lugubridade (Menção à verve de Augusto dos Anjos)
Quem já beijou a boca traiçoeira e dividiu com ela algum segredo, sentiu, da poesia, o gosto azedo de quem lambeu a morte a vida inteira. A morte que sustenta a cumeeira que cobre a derradeira moradia, quando, de luto, chama a poesia pra sepultar a dor mais corriqueira. A morte, tão amiga e companheira, com quem se sobe a última ladeira após abduzir-se do cortejo. A mesma que na boca do poeta, como uma dama, sempre tão discreta, lhe oferece a língua para o beijo. Herculano Alencar
Enviado por Herculano Alencar em 11/04/2011
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