No prelo há mais de 50 anos...

O amor, poeta, é como cana azeda, A toda boca que não prova engana. (Augusto dos Anjos)

Textos

Até o aurorescer

É noite de uma bela e doce tarde.
O sol apõe, ao céu, sua rubrica.
A lua, feito luva de pelica,
calça a estrela Dalva sem alarde.

Há um matiz vermelho que encarde
a luz, desde o chão ao firmanento,
como lembrança vaga do momento
em que o sol se pôs na sobretarde.

É madrugada... o dia se enfeita
com gotas do luar, que ora se deita
no colo da manhã agradecida...

O sol, de barbas fulvas, se espreguiça
e faz toda beleza submissa
aos dons que a natureza empresta à vida.
Herculano Alencar
Enviado por Herculano Alencar em 15/04/2011
Alterado em 27/03/2021
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