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O amor, poeta, é como cana azeda, A toda boca que não prova engana. (Augusto dos Anjos)

Textos

Cio

A flor de vênus abre-se completa
e verte o orvalho do desejo.
Eu finjo que não sinto, que não vejo,
pois que fingir é coisa de poeta.

A flor, cada vez mais e mais aberta,
contrai-se e relaxa a todo instante.
Eu finjo que minh'alma está distante,
à caça de uma nova descoberta.

Mas, qual um colibri alado em cores,
meu corpo se defaz dos seus pudores
e embota os pruridos da razão.

E eu poeta, escravo do instinto,
mergulho nos profundos labirintos,
que guardam corpo e alma em comunhão.
Herculano Alencar
Enviado por Herculano Alencar em 18/04/2011
Alterado em 30/04/2021
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