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O amor, poeta, é como cana azeda, A toda boca que não prova engana. (Augusto dos Anjos)

Textos

Bufido de um soneto heróico

Desdenho da falácia anserina,
que rosna nos anais da academia,
pois tenho ojeriza à hipocrisia,
que à toga majestosa contamina.

Faço do erro a crassa poesia
que soletra, no imo do meu peito,
o bê a bá de um verso imperfeito,
que há de ser poema algum dia.

Erro pra fazer jus a um direito,
que incomoda a tola burguesia:
as mentes bem dotadas e vazias,
que cospem vocativos no sujeito.

Erro pra insultar o tal sujeito,
que a farsa da moral reverencia.
Erro pra fazer jus a hipocrisia
daqueles que ruminam preconceito.

Erro para dormir quando me deito
e acordar eu mesmo mais um dia.
Herculano Alencar
Enviado por Herculano Alencar em 19/04/2011
Alterado em 07/04/2019
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