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O amor, poeta, é como cana azeda, A toda boca que não prova engana. (Augusto dos Anjos)

Textos

Soneto mutilado

Passa o tempo, perdem-se os sonhos.
Passam os sonhos, perde-se a  vida.
Passa a vida, perdem-se os ganhos.
Passam os ganhos, nunca se duvida.

Passa  o tempo, a hora já perdida.
Perdem-se horas , ganham-se momentos.
Vão-se momentos, dores não sentidas.
Vão-se os adeuses, vem o sofrimento.

Vãos pensamentos, vãs filosofias,
Vão pelo vento, plumas tão macias,
Que vão e vêm e voltam com  a paz.

Vai-se o anel, o dedo se esvazia.
Vai o poeta, fica a Poesia,
Que o sonho e o tempo não desfaz.

Herculano Alencar
Enviado por Herculano Alencar em 22/04/2011
Alterado em 18/07/2024
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