No prelo há mais de 50 anos...

O amor, poeta, é como cana azeda, A toda boca que não prova engana. (Augusto dos Anjos)

Textos

Pensando em Nietzsche

Eu sou um hematófago exangue,
que já viveu momentos de pletora.
Sou o vampiro triste, que outrora
viveu a esbanjar amor e sangue.

A morte, minha dama e senhora,
trocou meu coração por um abraço.
Eu hoje já não sei mais o que faço,
se lhe dei minha alma de penhora.

Vampiro, hematófago, poeta...
eu sou uma versão quase completa
do erro capital da criação:

um ser, que a imagem e semelhança
do todo-poderoso, só alcança
a alça enferrujada do caixão.

Se Deus errou ao conceber Adão
foi só por não mantê-lo uma criança.

 
Herculano Alencar
Enviado por Herculano Alencar em 22/04/2011
Alterado em 01/06/2019
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