No prelo há mais de 50 anos...

O amor, poeta, é como cana azeda, A toda boca que não prova engana. (Augusto dos Anjos)

Textos

Êxtase
Herculano Alencar

No peito, a paz reclama do cansaço
na hora em que o gemido adormece.
O coração contrito faz a prece,
enquanto a paixão acalma o passo.

A mão suavemente aperta o laço
que prende o desejo ao prazer
e o corpo deixa, enfim, amanhecer
a noite que envolveu-lhe num abraço.

A boca, a mordiscar a tez macia,
gagueja, entre palavra e poesia,
a jura de amor jamais cumprida.

E, finalmente, quando vem o sono,
a alma deixa o corpo ao abandono
e foge à procura de outra vida.
Herculano Alencar
Enviado por Herculano Alencar em 03/05/2011
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