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Êxtase
Herculano Alencar
No peito, a paz reclama do cansaço na hora em que o gemido adormece. O coração contrito faz a prece, enquanto a paixão acalma o passo. A mão suavemente aperta o laço que prende o desejo ao prazer e o corpo deixa, enfim, amanhecer a noite que envolveu-lhe num abraço. A boca, a mordiscar a tez macia, gagueja, entre palavra e poesia, a jura de amor jamais cumprida. E, finalmente, quando vem o sono, a alma deixa o corpo ao abandono e foge à procura de outra vida.
Herculano Alencar
Enviado por Herculano Alencar em 03/05/2011
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