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O amor, poeta, é como cana azeda, A toda boca que não prova engana. (Augusto dos Anjos)

Textos

Insônia
Herculano Alencar

Drosófila, de vôo traiçoeiro,
que zumbe dia e noite em meu ouvido,
como se fosse a flecha do cupido
a procurar um alvo inda inteiro.

Ó díptero que sente, pelo cheiro,
o último suspiro da paixão,
que tem, da morte, a trágica visão,
antes de ser entregue ao coveiro.

Ó musa da paixão mendeliana,
modelo da genética humana,
que reina na ciência, absoluta...

Eu rogo, pela paz da tua asa,
que voes para longe desta casa
e deixe-me dormir, filha da puta!
Herculano Alencar
Enviado por Herculano Alencar em 29/05/2011
Alterado em 26/02/2012
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