No prelo há mais de 50 anos...

O amor, poeta, é como cana azeda, A toda boca que não prova engana. (Augusto dos Anjos)

Textos

Doce lembrança

Aquele ipê de copa penteada
pela brisa sutil da primavera,
traz-me à lembrança a sombra do que era,
de quando eu era ainda um quase nada.

No galho, debruçado na calçada,
balança o dobrar de um passarinho.
E vai e volta, assim... devagarinho...
como se fosse a mão da namorada.

Ainda lembro a flor da madrugada
a perfumar a boca desejada,
qual raios de luar à luz do dia...

E, à sombra do Ipê, entregue ao sono,
de corpo e alma, feito um cão sem dono,
meu pensamento enfim adormecia.
Herculano Alencar
Enviado por Herculano Alencar em 17/06/2011
Alterado em 26/11/2020
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