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O amor, poeta, é como cana azeda, A toda boca que não prova engana. (Augusto dos Anjos)

Textos

Hiroshima
Herculano Alencar

Um vulto de fumaça incandescente
roubou a luz do sol naquele dia.
E aos pés de Deus, e  à sua revelia,
tingiu o céu de cores diferentes.

Pedaços destroçados de viventes
vagaram pelas dores mal sentidas.
E confundiu-se a morte com a vida
e fez-se treva às luzes do nascente.

Não houve tempo para sofrimento,
nem para o suspirar de um intento
ou para o beijo há tanto esperado.

A morte foi ao céu, sem dar aviso,
e sussurrou um verso de improviso
com rimas de um soneto mutilado.
Herculano Alencar
Enviado por Herculano Alencar em 04/07/2011
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