No prelo há mais de 50 anos...

O amor, poeta, é como cana azeda, A toda boca que não prova engana. (Augusto dos Anjos)

Textos

Uma tela imaginária

O mar se dá inteiro ao sol nascente,
que deita fulvos raios no horizonte!
E me ponho a pensar, por um instante,
que deus pintou o Éden em minha mente!

Então... despudorado, rubro e quente,
meu pensamento estupra a pintura.
Meu coração, despido de censura,
se põe a duvidar que eu seja gente.

No beijo incestuoso, o sol e o mar
avisam deus que é hora de assinar
a douta autoria divinal.

Mas deus, com aquele jeito displicente,
se põe a rabiscar o sol poente,
enquanto eu tiro as roupas do varal.
Herculano Alencar
Enviado por Herculano Alencar em 10/07/2011
Alterado em 17/05/2014
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