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O amor, poeta, é como cana azeda, A toda boca que não prova engana. (Augusto dos Anjos)

Textos

A caça

A mira na cabeça... o caçador
aperta o gatilho: o ribombo!
Na pele colorida vê-se o rombo
e a morte pinta o quadro doutra cor.

A fauna consternada vê o tombo
e a réstia enfumaçada na culatra.
O chumbo expelido, cor de prata,
estanca o sangue quente, feito trombo.

O caçador assim protagoniza
-enquanto a caça inerte agoniza-
a besta humana sem tirar nem pôr.

Era uma ave fêmea em gestação:
uma pavoa triste sem pavão,
que orna o troféu do caçador.
Herculano Alencar
Enviado por Herculano Alencar em 15/07/2011
Alterado em 06/04/2019
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