No prelo há mais de 50 anos...

O amor, poeta, é como cana azeda, A toda boca que não prova engana. (Augusto dos Anjos)

Textos

Meretrícula
Herculano Alencar

Maria Madalena Arrependida.
Assim foi batizada a menina!
Viveu a vida inteira na esquina,
de calça abaiaxada e saia erguida.

Arranjo, de madeixa colorida,
caído sobre os ombros, displicente,
rodava-lhe o pescoço, qual serpente
de cauda alongada e colorida.

Foi deusa, foi escrava, foi senhora!
Dormiu e acordou antes da aurora
bem antes do cantar da cotovia.

Deixou, como herança, sobre a cama,
o ventre devassado, posto em chama,
e um verso a mendigar por poesia.
Herculano Alencar
Enviado por Herculano Alencar em 22/07/2011
Alterado em 22/07/2011
Copyright © 2011. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.


Comentários
foto
Lindo soneto. Parabéns! Convido lhe a minha página. Abraço!

Site do Escritor criado por Recanto das Letras