No prelo há mais de 50 anos...

O amor, poeta, é como cana azeda, A toda boca que não prova engana. (Augusto dos Anjos)

Textos

Desencontro
Herculano Alencar

Guardo aquele olhar com que vestiste
a íris (colorida lentejoula):
olhar tão opiáceo, qual papoula,
de um fulgor que já não mais existe.

Aquele olhar que teima e que insiste
em desassossegar o meu olhar.
Que ri um pouco antes de chorar,
ainda que o riso seja triste.

Aquele ar, que em teu olhar persiste,
como a dizer adeus, até um dia...
Olhar que fez cegar-me a poesia
quando, ao olhar pra mim, tu não me viste.

Aquele olhar alegre, guardo triste,
pois não pude entender porque sorria.
Herculano Alencar
Enviado por Herculano Alencar em 28/07/2011
Copyright © 2011. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.


Comentários

Site do Escritor criado por Recanto das Letras