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Ao luar de Beethoven
Herculano Alencar
A lua, essa dama peregrina, que ostenta pelo céu tanta beleza, hoje veio sentar-se à minha mesa por uma fenda aberta na cortina. Enquanto a luz da vela ilumina e o tempo queima as horas no pavio, desde meu coração (quintal baldio) o sangue inunda os vasos da retina. Lá fora, junto ao pranto da neblina, a noite, qual insone bailarina, ensaia uma sonata ao luar. Cá dentro, eu me calo, embevecido, e a lua, a sussurrar no meu ouvido, me lembra que é hora do jantar.
Herculano Alencar
Enviado por Herculano Alencar em 28/08/2011
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