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O amor, poeta, é como cana azeda, A toda boca que não prova engana. (Augusto dos Anjos)

Textos

Assum Preto

 

Cego dos olhos olha, com a alma,
O mundo a rodar feito peão!
E sente acarinhar o coração
A mão que, generosa, lhe acalma.

 

A dor, incontinente, bate palma
Pro verso que seduz o sofrimento
E voa, pelas as asas do lamento,
Por onde já não voa uma vivalma.

 

E lá se vai, com ela, o Assum Preto
A tropeçar nos versos de um soneto,
Por sob "a mata em flor no sol de abril"...

 

A mim resta chorar, em poesia,
O canto que, na mata, ele assobia
E que inunda os lares do Brasil.

Herculano Alencar
Enviado por Herculano Alencar em 29/09/2011
Alterado em 08/10/2022
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