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O amor, poeta, é como cana azeda, A toda boca que não prova engana. (Augusto dos Anjos)

Textos

Um poeminha besta

E lá está o ponto na vidraça
à sombra de um silêncio sepulcral,
como se fosse a mesma pá de cal
que sinaliza o leito da desgraça.

Ao lado desse ponto há uma traça
parada na metade do caminho,
pra não deixar o ponto tão sozinho,
ou simplesmente por pura pirraça.

Enquanto o ponto fica e a noite passa
eu tomo mais um gole de cachaça
e ponho um verso a mais à luz do dia.

E quando a embriaguez enterra o sono,
a traça faz do ponto um cão sem dono
e eu transformo o ponto em poesia.
Herculano Alencar
Enviado por Herculano Alencar em 07/10/2011
Alterado em 10/10/2020
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