No prelo há mais de 50 anos...

O amor, poeta, é como cana azeda, A toda boca que não prova engana. (Augusto dos Anjos)

Textos

Sexta-feira à noite

A solidão, noturna companheira
da dor, da emoção, da boemia...
cansou de instigar a poesia,
que dorme no meu colo sexta-feira.

O vinho, a brasa morta na lareira,
a vela a derreter minha lembrança:
uma fotografia de criança,
um violão calado a noite inteira.

O sono me reclama a cabeceira!
Eu peço, por favor, a saideira
e deixo, de gorjeta, no balcão:

um verso, um suspiro, um lamento,
que juntos vão somar os dez porcento,
que a noite há de pagar pra solidão.
Herculano Alencar
Enviado por Herculano Alencar em 22/10/2011
Alterado em 05/04/2019
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