No prelo há mais de 50 anos...

O amor, poeta, é como cana azeda, A toda boca que não prova engana. (Augusto dos Anjos)

Textos

Contradição

Eu hoje sou o amor de mão vazia,
aquele amor que dorme enquanto espera
a flor abrir-se, ao sol da primavera,
como se fosse um verso em poesia.

Ontem, que eu fui tudo o que queria:
um príncipe, um rei e até poeta,
a minha vida hoje está completa,
tal qual a luz que à noite alumia.

Eu hoje sou o amor de mãos atadas.
Aquele amor que dorme nas calçadas,
junto ao ébrio, ao cão, à meretriz...

Aquele amor que bebe e que vomita
e faz a poesia tão bonita,
que até o triste ri de tão feliz.
Herculano Alencar
Enviado por Herculano Alencar em 05/11/2011
Alterado em 09/10/2020
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