No prelo há mais de 50 anos...

O amor, poeta, é como cana azeda, A toda boca que não prova engana. (Augusto dos Anjos)

Textos

Da madrugada de sábado para os boêmios de sexta.

O gelo a derreter minha tristeza
no copo de uísque... a solidão...
a derreter o resto de ilusão
que senta, frente a mim, em outra mesa.

Garrafas, sob o tom azul turqueza,
do teto deste bar sem freguesia,
parecem conhecer a melodia
em que min'alma ainda vive presa.

Um bêbado solene anuncia
alguma coisa sóbria, e esvazia
o copo que dormiu a noite inteira.

E eu olho para o gelo e vejo a lua,
que se escondeu, de mim, na mesma rua
em que o sol se pôs sob a lareira.

A madrugada minha é tanto sua,
quanto um sol de verão de sexta-feira.
Herculano Alencar
Enviado por Herculano Alencar em 12/11/2011
Alterado em 10/07/2020
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