![]() Espermatopoético
Morreram, afogados na privada, os espermatozoides de um garoto. Pobres coitados foram pro esgoto, nadando na paixão ejaculada. A fantasia duma namorada serviu de principal motivação. A morte deu-se ao golpe duma mão, por que a outra mão tava cansada. Morreram porque não sabiam nada das coisas encantadas da paixão. Sequer, sobrou um só, em um milhão: morreram como a chuva na calçada. A mão, do vil carrasco, calejada, ainda hoje lembra a execução. A culpa, certamente, é de Adão, que deixou a serpente apaixonada. Herculano Alencar
Enviado por Herculano Alencar em 13/01/2007
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